domingo, 26 de dezembro de 2010


Ano novo! Vida nova! É assim que repetimos todos os anos na passagem do réveillon. Mas esta virada que se aproxima nos traz junto um novo chavão: Ano Novo! Governo Novo! E isso poderá significar novos rumos na economia.

Aqui mesmo nesta Coluna eu já falei aos amigos e seguidores das cautelas que os investidores e consumidores devem ter. Por isso, dedico este espaço para opinar sobre onze dicas que devemos ter no próximo ano:

1) Ao amigo leitor investidor, diversifique suas aplicações. Um tanto na poupança, outros em fundos, ações, CDBs, etc. O Governo sinaliza para algumas taxações e aumento da taxa de juro, que poderá tornar alguns investimentos atrativos, já que a intenção é frear um pouco o consumo que anda alto. A Taxação poderá fazer as aplicações de riscos ganharem da poupança, mas também mais impostos. A poupança, mesmo sendo um investimento de rendimento modesto, continua sendo atrativa pelo baixo risco, acesso fácil e taxação mínima ou zero dependendo da faixa de ganhos;

2) Consumo: cautela e qualidade. “Muita Calma Nesta Hora”. Isso, não alongue muito o crediário e na impossibilidade de comprar a vista, pesquise para ver se realmente os parcelamentos com preços de “à vista” estão ou não com juros embutidos. Só compre o que for estritamente necessário. E deixe para comprar alguns bens após o carnaval, pois tendem a cair de preços pela entrada de novas tecnologias, diversidade de marcas pós Natal ou por estarem fora da época de apelo ao consumo;

3) Vai casar: aproveite, pois a facilidade para o crédito imobiliário ainda vai permanecer por um bom tempo. Talvez em 2011 não haja alteração nas regras, pois esse segmento está impactando para cima no nível de emprego e a circulação de dinheiro no mercado. Adote as precauções e pesquise bairros seguros e tipos de imóveis de boa qualidade e boa sorte;

4) Cartões de Crédito: o que você consumir hoje vai pagar amanhã. Não tem para onde correr. Não comprometa o seu limite total (você pode ter uma emergência e precisar) e não pague apenas o mínimo (os juros são altíssimos). Fique atento com as compras parceladas, pois isso poderá levar a perder o seu planejamento anual. Você se lembra de que na fatura de novembro ou dezembro agora ainda cobraram parcelas assumidas no Natal passado?

5) Cheque especial: aprenda a conviver com ele. Ruim com ele, pior sem ele. A sua utilização também deve ser moderada, necessária e inadiável. O vencimento é de prazo curtíssimo, pois entrou no especial, tem que cobrir logo, para não acumular ou não estourar o saldo. Perder a credibilidade junto à instituição financeira poderá significar o fim da parceria por um bom tempo. E fique atento. Os bancos estão ficando cada vez mais rigorosos na abertura de novas contas;

6) Seu 13º Salário poderá ser bem empregado. Não o use antes de receber e não gaste tudo. No mínimo deixe 40% dele aplicado num investimento ou poupança, para uma urgência, para a matrícula e materiais escolares, por exemplo;

7) Lembra o Leão. Pois é, assim que passarmos o réveillon será o tema da vez. Só se falará nele (além do Carnaval, claro!). Bom, para quem terá imposto de renda a receber, planeje o que fazer com ele. Claro que foi um investimento forçado e não tão bem remunerado, mas ele estará de volta e você agradecerá. Para quem vai pagar uma notícia não muito boa, o Brasil é o 14º País no mundo em cobrança de impostos. Sinal de que a fome do Leão está longe de passar!

8) Vai viajar nas férias. Aproveite, pois a economia está aquecida, facilidades no crédito e na aquisição de passagens e hospedagens (a rede hoteleira se expandiu e modernizou). Só os aeroportos e voos atrasados permanecem os mesmos. Mas não se esqueça dos conselhos anteriores de incluir tudo isso no seu orçamento anual;

9) Se você tinha a mania de anotar todos os compromissos mensais, o fim do ano é uma ótima oportunidade para rever se tudo ocorreu conforme projetado. E também hora de fazer uma revisão e montar novo planejamento.

10) Fim e início de ano vêm acompanhados de novas despesas velhas: matrícula nas escolas, materiais escolares, IPTU, imposto de Renda, Plano de Saúde, aulas de natação, balé, inglês, Universidade, Taxa extra de Condomínio, 13º da secretária do lar, etc.;

11) Em resumo: coloque essas dicas em uma planilha, faça o seu planejamento anual agora, faça as adaptações ao longo do período, revisando e promovendo os ajustes necessários, lembrando que o crédito sempre deve ser maior que as despesas programas, para que no fim do próximo ano você tenha administrado a sua “Empresa Familiar” de forma competente e resistente aos apelos do Consumo.

Meus amigos, claro que isso não é uma fórmula mágica nem tudo acontece dessa forma, existem outras formas de você analisar e controlar seu orçamento familiar, a intenção foi deixar aberta a ideia para que de cada um tenha uma preocupação quanto a uma situação que está presente em toda família, pois quanto maior o número de filhos, maior é a preocupação com o futuro deles. Quem não se lembra do nosso comportamento quando estávamos solteiros ou éramos apenas um casal? Era muito diferente de hoje ou da época que vem o primeiro filho. Não passamos mais a ter preocupação conosco e sim com o conjunto familiar e não pretendemos que nada falte.

Finalizo, portanto desejando a todos um ótimo Ano Novo, com muita paz, saúde e prosperidade!

domingo, 5 de dezembro de 2010

CUIDADOS AO ADQUIRIR UM IMÓVEL

O tão propalado “sonho da casa própria” pode virar um tormento para algumas famílias se alguns cuidados não forem tomados. O impulso e o incentivo que o Governo vem dando ao mercado faz nos despertar hoje para uma situação preocupante, fenômeno este presente em todas as cidades, mas principalmente nas Capitais, onde a capacidade de produção e investimento são maiores.

Com a economia aquecida e o consumo em alta, nos últimos dois anos surgiram milhões de novos “empresários / construtores” no Brasil. Até estrangeiros estão aqui em nossas praias não apenas curtindo nossas belezas, mas comprando tudo que há de vazios para construírem. E o pior é que antes não sabiam e nunca tinham visto uma colher de pedreiro. Da noite por dia as pessoas passaram a trocar os investimentos em poupança e fundos pela construção.

Numa progressão geométrica, os novos “empresários” construíram duas unidades, depois quatro e assim por diante, hoje alguns estão construindo verdadeiros conjuntos habitacionais ou até condomínios. Os terrenos hoje estão valendo uma fortuna, basta serem maiores que um lote.

É ai onde o perigo começa a rondar.

E o amigo leitor deve ficar atento. Se você for um daqueles que ainda não comprou o seu “sonho” e ainda paga aluguel ou mora na casa dos pais, muita atenção. Tome as seguintes precauções:

O Local: faça um mapeamento da cidade e decida-se pelas regiões que gostaria de morar. Visite-as principalmente à noite e em dias chuvosos (é mais fácil ver os defeitos e perigos). Tenha em mente o quanto pretende e pode investir na compra do imóvel. Pense nas necessidades futuras do cônjuge e dos seus filhos;

Se você está disposto a esperar, compre na planta, é mais barato e quando estiver pronto você financia o que ainda não foi pago. Mas considere a metragem do imóvel, posição em relação aos outros. Se for casa, em relação ao sol, se é de esquina ou com prédios na frente, do lado, etc. Se for apartamento, qual o andar, se no fundo ou na frente, se tem elevador, o número de vagas no estacionamento, varandas, áreas de lazer (piscina, salão de festas, jogos, lazer, etc.). E não se esqueça de perguntar pelo preço do condomínio;

Bom, quanto você está disposto a comprometer a renda, qual é realmente o valor da prestação que a família suportaria. Lembre-se que o contrato vai durar em média uns 25 anos (300 meses). Tem dinheiro para dar de entra e pretende usar o FGTS? Caso disponha de uma boa reserva financeira, veja se é possível utilizá-la na entrada da compra do imóvel, sem esquecer que existem despesas no ato do financiamento, prefeitura e cartório;

O Imóvel: assim como o falamos do bairro, visite o local do imóvel de dia e de noite. Com sol e com chuva. Verifique tudo que há em volta, se há outros empreendimentos nas imediações. Se a infraestrutura disponível pelos órgãos públicos é adequada e há serviços oferecidos como escolas, padarias, supermercados, farmácias, hospitais, linhas de ônibus próximos, parques. Visite sites especializados na venda de imóveis, além de imobiliárias, corretores ou incorporadoras, preocupando-se com os que não têm essas ferramentas ou não possuem endereços fixos;

Ao optar pela compra de um imóvel na planta, pesquise a história e a atuação da empresa construtora / incorporadora e, se possível, visite uma obra já entregue por ela. Antes de assinar qualquer documento ou o contrato de compra e venda tenha uma atenção com os dados neles transcritos e nos documentos do imóvel. Um advogado de sua confiança nessas horas ajuda muito. Cuidado com as cláusulas do contrato, principalmente as de arrependimento;

Programe-se: e previna-se, pois os valores das prestações pagas durante o período da construção do empreendimento é diferentes das parcelas de financiamento do saldo devedor. O fundamental é que a parcela sempre caiba no seu orçamento;

Fundo de Reserva: Após a liberação do financiamento, da assinatura da escritura do imóvel o comprador precisará pagar o ITBI à Prefeitura (em média 3% do maior dos valores: venda ou avaliação) e das taxas de registro cartorárias. Juntas, elas podem representar cerca de 4% do valor do imóvel avaliado. Programe-se e faça a sua reserva financeira. Muitos vendedores só entregam as chaves da unidade após todo esse ritual cumprido.

Se você tem pressa, saiba que ao optar pela utilização do FGTS como parte da entrada, o contrato de financiamento sofrerá o retardo de alguns dias (em média cinco dias úteis) e isso tem que estar dentro dos seus planos. Se informe sobre as regras para utilização do FGTS, pois na pressa você poderá comprometer ou prometer essa parcela e não ter direito a utilizá-la ainda.

No mais, boa sorte e bom proveito, lembrando-se que hoje o imóvel muitas vezes será aproveitado por um tempo até superior à maioria dos casamentos.

Mas aproveite e corra logo para comprar o seu tão sonhado imóvel, pois o novo Governo já dá sinais de preocupação com o alto consumo, tanto que em relação a alguns produtos (automóvel, por exemplo) já está com regras mais rígidas para serem divulgadas visando o controle do consumo, conter a alta de preços e consequentemente o descontrole do mercado, que repercutirá no controle inflacionário e nos investimentos produtivos.