domingo, 10 de outubro de 2010

CADÊ AS PROPOSTAS?

A sociedade sem tomar conta com o que vem acontecendo na nossa política está deixando envolver-se pelo clima de guerra que tem se tornado frequente e está aceitando até como “natural” isso tudo em uma campanha eleitoral. Principalmente em nosso Estado, onde apesar das negativas as torcidas dos candidatos na verdade incentivam esse tipo de combate. E assim diante disso, passam a aplaudir de lado a lado qualquer fala ou colocação dos candidatos mesmo que essas falas não tenham nexos algum ou ao menos sejam factíveis.

No plano estadual os dois principais concorrentes despejaram através dos seus guias na mídia para a população uma série de verbalizações ou promessas sem qualquer conteúdo e sem a mínima “gramatura” econômica, apostando que a população mortal não sabe fazer contas, não entende de economia e sequer de contas públicas.

Se revezando nas promessas e um copiando do outro, prometeram até então o céu e a terra aos eleitores (e o inferno ao inimigo) naquilo que mais os encantam: o dinheiro no bolso.

Infelizmente esta ainda é uma realidade da nossa sociedade. Poucos querem saber o que a sua vida e a de sua comunidade vai melhorar em longo prazo e de forma permanente. Nem tão pouco se os beneficiários maiores poderão ser mais tarde os seus filhos ou netos ou que o que se plante agora seja a base para a formação de uma sociedade futura melhor. Eles querem o agora. Querem saber o que vão fazer agora para lhes agradar. Traduzindo, os “quantos” vão ganhar agora.

Nesse contexto o maior filão acabou se tornando o Programa Bolsa Família, que tem o seu mérito, o bom propósito se bem conduzido e agregado com outras políticas públicas, mas da forma que foi envolvida na disputa política virou a “Geni” da campanha eleitoral. O Programa Bolsa Família passou a ser disputado pelos candidatos como se eles tivessem controle ou domínio sobre as regras, cadastro e recursos. Não tem. A não ser que criem o seu próprio programa o que não é a pretensão de nenhum deles.

Por outro lado, prometeram abonar contas de água e luz, sem combinar com os órgãos competentes, inclusive com as empresas que dispõem de capital próprio e uma delas é da iniciativa privada.

Controle da despesa pública, construção de hospitais, estradas e concursos são promessas repetitivas, óbvias e digam-se de passagem, são coisas que ocorrerão quem quer que seja o ganhador deste pleito eleitoral. O que a população deveria estar preocupada e cobrar dos candidatos são as propostas para colocar a Paraíba no eixo do desenvolvimento, para ser polo de investimentos externos e do Governo Federal, ideias para trazer obras estruturantes e geradoras de empregos e receitas. A “pavimentação” da nossa economia para tornar o nosso Estado terra de oportunidades para os empresários, principalmente para os pequenos e médios, e por fim aumentar a participação dos nossos produtos no mercado nacional e internacional além de desenvolvermos o turismo com mais profissionalismo.

José Maranhão e Ricardo Coutinho devem despertar agora e deixar de lado a picuinha da vida alheia, as agressões e os rancores e demonstrar para a população que ambos são candidatos à altura para o cargo que almejam.

Não ouvimos ainda falar disso na campanha. Estamos esperando.

Cadê as verdadeiras propostas?